quarta-feira, 9 de abril de 2014

O trote



Um ato de passagem, um ato de nova vida, por traz daquela algazarra, de todo aquele barulho, dentre todas as cores daquelas tintas e todo o cheiro da lama, ovos e sabe-se lá mais o que jogaram naquele calouro, um significado.
A cabeça raspada, roupas sujas e rasgadas, uma criatura quase irreconhecível, mas por traz de tudo isso existem mais coisas do que se pode ver com um rápido olhar.
Assim como nenhum recém nascido vem limpo e sem dor ao mundo, com o calouro é da mesma maneira. É necessário que entendamos a natureza ritualística do trote, é necessário que o nascimento seja feito e não há passagem sem transformação.
O nascimento de um universitário começa quando ele decide que curso irá fazer e mesmo que indeciso ele adentra em uma universidade.
Esse universitário nasce, e seu parto é feito no trote. Seu rito de passagem é o trote, é nesse momento que ele deixa de ser somente um aluno de ensino médio e passa a ser universitário, passa a ser uma pessoa com possibilidades de mudar os rumos da humanidade, costumo dizer que adentrar em uma universidade é o primeiro dia do resto de nossas vidas.
Passar pelo trote é fazer parte de um todo, é ser envolvido na sujeira, é ter seus cabelos raspados, é ser destruído para renascer. Tal qual a mítica fênix que renasce das cinzas, o calouro renasce após o trote como um universitário e se torna o que ele deveria ser.
Ser calouro é ser o detentor da possibilidade, é ser a renovação, é ser novidade e passar pelo trote é parte disso passar pelo trote é participar da iniciação como um universitário.
É se tornar conhecido de seu veterano e também o conhecer é se tornar parte de algo maior, algo importante, é ser parte de um curso, é ser parte de uma universidade, é ser membro de uma enorme família.
Sejam bem vindos calouros, sua vida começa agora!